quarta-feira, junho 21, 2006
O País das Maravilhas
Finalmente alguém tenta por cobro a uma das mais incríveis realidades no nosso país à beira mar plantado! Convido todos os leitores a irem até à página da Câmara Municipal de Lisboa e consultarem as Empresas Públicas que esta autarquia detém. Não sei se ficariam tão espantados como eu fiquei, há uns bons meses atrás, quando descobri que o presidente da maioria destas Empresas Públicas de Lisboa é justamente um dos vereadores da Câmara Municipal de Lisboa! Torna-se complicado compreender como sobram ordenados ?jeitosos? e empregos para acumular e há tanta gente competente em busca de uma oportunidade melhor na vida! Mas já se sabe que há necessidade de encher as bolsas das almas? Tal qual as caixinhas das Igrejas, onde todos depositam alguma coisa porque precisam ou, passam indiferentes se não carecem da intervenção divina para nada!
Bom, mas eu falei em melhorias, certo? Foi feita uma proposta por parte do Governo que regula as empresas municipais deixando os autarcas de fora da gestão directa das ditas empresas. A proposta foi apresentada por António Costa e Eduardo Cabrita dia 19 do corrente mês e define o ?Estatuto remuneratório do gestor local? e onde diz que é ?proibido o exercício simultâneo de funções a tempo inteiro ou parcial nas câmaras municipais e de funções executivas nas empresas municipais?. Mas voltando aquilo que compra os melões e a todos interessa, a proposta especifica: ?as remunerações dos membros dos órgãos da administração das empresas referidas no artigo anterior estão limitadas ao índice remuneratório do Primeiro-ministro?. Tradução: o tecto para valores acumulados é o plafon salarial do chefe de Estado!
A verdade é que incorremos no risco de ver grossas filas de manifestantes em Lisboa com esta medida, caso ela seja realmente aprovada! Estranho até a acalmia com as vias de factos em que estamos. Esta proposta afecta as remunerações de dezenas de vereadores e presidentes de câmara por todo o país.
Convém mencionar que já foram detectados e proibidos por lei casos verdadeiramente insólitos de acumulação de cargos que, não só equiparavam em termos de massa salarial os titulares dos cargos aos ministros como alguns mais ?gulosos? ultrapassavam o ordenado do Presidente da República. Ainda andam os responsáveis de marketing da Iorn a pensar que estão a publicitar insólitos...
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