segunda-feira, novembro 06, 2006

Saddam polémico até ao fim



Pois é caros amigos, mais uma vez o trabalho a obrigar-me a atrasar as actualizações do meu blog e, nos ?entretantos?... Muitas coisas ficam por dizer; mas hoje, contudo, por maiores que fossem as exigências laborais ou de qualquer outra espécie, tinha que me pronunciar sobre a condenação à morte, por enforcamento, de Saddam Hussain.

Julgo que aos 5 dias, do mês de Novembro do ano da Graça de Deus de 2006 não se compreende o regresso à época da selvajaria e da barbárie! Eu condeno esta sentença até aos limites. Eu posso até tentar compreender a pensa de morte, realidade completamente afastada do espaço Europa, mas é-me inconcebível o enforcamento. Não se pode levar à paciência uma atitude destas, vinda de homens e mulheres que se querem melhores que o próprio Saddam. Não é lá porque "existiu" um ditador e este cometeu actos bárbaros, horríveis, incompreensíveis e condenáveis que nós, homens e mulheres da ciência, do pensamento aberto, filhos do livre arbítrio renascentista nos vamos tornar iguais ao próprio.

Não apelo ao nosso lado humanista ou sequer à defesa de alguém que não é defensável ou, desculpem a redundância, não tem defesa possível. Eu só não quero que se assuma por consensual a opinião mundial aceitar este desfecho.

Eu gostaria de ouvir George W. Bush falar sobre Donal Rumsfeld e o seu próprio pai, George Bush, acerca do apoio declarado a Saddam nalguns dos actos criminosos porque agora o palhaço Americano se arroga o direito de condenar este homem e apoiar a sentença que lçhe foi proferida. Eu gostaria de saber se evacuação da família Bin Laden dos EUA algum dia será julgada, se a invasão do Iraque, que nunca se justificou, uma vez que qualquer pessoa com um só neurónio (não requer articulação entre "Tico e Teco") consegue depreender que num país com tantas cisões religiosas, jamais a democracia será uma realidade. Eu gostaria de saber se a sede em ir ao pote de petróleo de Bush matando milhares de iraquianos e soldados americanos sem qualquer outra razão de ser aparente que não o seu próprio interesse familiar e pessoal será julgada! É que trata-se de muito mais que muitos curdos e mais um grupo de 138 sei lá eu o quê... Eu gostava de ver esse dia chegar.

Claro está que, não despenalizo Saddam, não descuro a hipótese de o condenarem à morte, mas que seja por injecção letal ou cadeira eléctrica... Fuzilamento... sei lá... Forca é que já é demais... Talvez a guilhotina! É mais aceitável e, em crimes contra a Humanidade sempre dá para pegar na cabeça de Saddam guilhotinado e durante aqueles 10 segundos que ainda há oxigénio o cérebro vê e pensa e recolhe a imagem final do mundo. Mas a forca não! Isso é de mais. Em vez de demonstrar ao condenado que ele era um selvagem demonstramos-lhe apenas que ele era igual a nós e por uma infeliz circunstância da vida ou? Mais concretamente da morte, ele encontrava-se do lado de ?lá? da barricada. Os americanos que tanto lhe deviam foram que nem o próprio Judas? Afinal, nenhum de nós tinha nada a ganhar com este conflito. Eu acrescento ainda que, nem o mundo tinha nada a ganhar a não ser uma data de gente desempregada, desamparada, em apuros, desesperada e num cenário de guerra (mutilados, feridos, mortes e incapacitados). E volta a mesma questão, poderemos nós um dia julgar o Sr. Bush pai e o Bush filho por tudo isto?

p.s. - é irónico não é? Na forca, por tradição, há ar por todo o lado porque sempre se fez ao ar livre e, irónicamente, o enforcado não tem como respirar

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