quarta-feira, maio 31, 2006

New Opera House de Copenhaga

Esta imagem da New Opera House em Copenhaga não é engano; mas sim pura coincidência!

Reconheço que o tema já foi mais actual, já andou mais na ordem do dia, mas a verdade é que, só agora me lembrei de escrever sobre esta caricata obra que dá pelo nome da Casa da Música!

Em Portugal é tudo muito e tem de ser tudo muito sofrido! Nada é fácil, nada é bom, nada está bem... Somos os eternos insatisfeitos e, em muito casos e, agora também no meu, os internos insatisfeitos. Pudera, o turista que vem com a bolsa recheada aproveitar este clima que a sorte ou, para os mais crentes, a providência divina, nos deu, acha isto o máximo!

A verdadede é que não é só por cá que se fazem as obras polémicas, que agitam as massas e os Governos e as almas duvidosas. Em Copenhaga foi inaugurada a cerca de um ano esta magnifica obra, a New Opera House, na zona do Churchill Park, em frete ao mesmo, na ilha de Holmen, no porto de Copenhaga. Foi uma obra bastante polémica, financiada por um ilustre mecenas, a fundação A.P. Møller e Chastine Mc-Kinney Møller, doada ao povo da Dinamarca. É certo que em Portugal não há lugar a mecenato em tão grande estilo, ainda há muitas bocas com fome... No sentido literal da palavra e, seria mal visto este tipo de benece!

O projecto desta Opera House foi polémico porque o santo benemérito exigiu que algumas coisas fossem feitas a seu gosto; o que eu não condenei e, muitos por lá também não. Dizia-se mesmo, se eles é que pagam não vejo porque não hão-de ter uma opinião. Querem doar; tudo bem para os dinamarqueses. A verdade é que as preocupaçãp acerca do enquadramento paisagístico e tudo mais se revelaram desnecessárias. A fundação mostrou que não queria ferir susceptibilidades, mas sim marcar alguma classe e bom gosto com um traço de "arrojo"! Convém lembrar que toda a Copenhaga é uma cidade antiga, preservada e cuidada em todo o seu explendor. Por lá os edificios mantêm a traça e, os moradores têm o maior orgulho nisso; nem as "antiquadas" janelas são mudadas. Também sou apologista do ponto de vista deles, se aquela cidade que também já foi minha, fosse tão minha quanto deles, eu tomava a mesma posição. Convém que se diga que nem uma janela mudei! O arquitecto Henning Larsen esteve muito bem!

A obra fez-se e acabou-se. O edifício foi entregue ao estado Dinamarquês e, a gestão (reparem que ninguém lhe chama exploração), ficou a cargo do Royal Danish Theatre. Por lá passam obras clássicas de compositores como Verdi ou, os própios U2. Não há santuários de umas coisas ou de outras; existe uma saudável mistura. Podemos dizer que funciona um pouco à semelhança do nosso Pavulhão Atlântico mas com uma taxa de ocupação maior, apenas porque decorrem lá mais eventos. Eles são menos, têm menos recintos deste género... Compreende-se e, ainda se faz muita coisa nos Tivoli Gardens; outra pequena parcela magnífica que não é para aqui chamada!

Em Portugal temos a Casa da Música. Uma obra sem mecenas, com contas públicas... Estado e, as subsequentes lavagens de cara a que já estamos habituados. Da nossa Casa da Música não se fazem postais, não se tem orgulho e, arrepiam-se as alminhas de a imaginarem um ex-libris. Não temos gosto nem orgulho em nada; mesmo quando sai dos nossos bolsos e é pago com os nossos impostos. Verdade seja dita que, se perguntassem a muitos de nós, boa parte não queria por lá a obra, mas já que está feita... Basta irmos ao site de ambas as realidades para perceber a diferença http://www.casadamusica.com/ e http://www.operahus.dk/default_uk.htm ;. É medonho o abismo. Enquanto no caso português os links nem sequer abrem e abre uma agenda, felizmente isso, em pdf que nunca ninguém viu publicitar, no caso dinamarquês tudo funciona bem; mas creio que isto em nada os espanta, é mesmo este o posicionamento normal dos dois países um em relação ao outro! Mal para nós!

Saibam que hoje, 13 de Maio actuava por lá DJ Dolores, um som brasileiro muito bom, banda sonora do filme "A Cidade de Deus" talvez seja mais identificável que o nome do artista! Eu nem sabia... E valia a pena! Valha-nos s realidade desta estranha teoria da desinformação que atravessa a sociedade portuguesa horizontal e verticalmente!

Continuando nesta linha entre estas duas casa da Música, podia deter-me por horas... Mas por hora e, para que o veneno não destile por toda a madrugada; decidi ficar por aqui!

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