domingo, abril 15, 2007

OTA

O aeroporto da OTA podia muito bem ser um porto artificial a afundar-se, ao que parece, mete água por todos os lados... Os 'antigos' defensores da OTA apontam agora o dedo a Sócrates e falam dos males todos possíveis e mais alguns. Dizem que não há condições, que não é seguro, que implica desviar tráfego aéreo (militar), que tem que se drenar água... Uma 'rio' de acusações. Então porque é que quando estavam no Governo não afastaram definitivamente esta solução e não se viraram para outras, tendo gasto fortunas em consultoria para saber as 'verdades' de Monsieur La palice ? Naquela altura evocavam todos os argumentos a favor da OTA e mais um, garantindo mesmo que este era o melhor sítio.

Por acaso até ouvi o debate na Assembleia acerca da problemática (é mais correcto que temática, neste caso). Sócrates afirma e reafirma o que já disse mais de trezentas vezes, sugiro até que comece , nalgumas situações, a fazer-se representar por um gravador. Marques Mendes encoleriza-se pateticamente , como de costume e, Santa Lopes, experiente deputado, pede a palavra e acaba por responder a Sócrates em tempo devido e depois, após a resposta do Primeiro Ministro , responde novamente, em tempo 'oportuno', tendo pedido a palavra para outro fim, obrigando o moderador a intervir, intervenção aliás, que serviu de muito pouco, uma vez que Santana Lopes prosseguiu com a sua explicação.

Nada de mais até aqui; nada de novo. O facto é a Portela estarará efectivamente a ficar sem resposta para o tráfego aéreo que solicita o uso das pistas so aeroporto e, a solução passa por construir um novo, de raiz, uma vez que a Portela não permite expansão alguma, está 'entalada' no 'coração' do anfiteatro oriental de Lisboa, ladeado por casas, pessoas, carros, centros comerciais e tudo o que nos possa ocorrer mais. Não vale a pena dizer que existe efectivamente algum perigo em ter ali o aeroporto, mas outras grandes metropoles europeias também têm os seus aeroportos no seu seio, contingências do crescimento e desenvolvimento urbanos.

Uma coisa é certa, temos que ficar com uma opção. Admito que já se tenha gasto demasiado dinheiro com a hipótese da Portela para agora a relegar assim, sem mais nem menos, para segundo plano. Não é viável estudar ao pormenor toda e qualquer opção possível, temos que eliminar as possibilidades com limitações óbvias e ficar com as opções viáveis. Destas temos que escolher uma, que até o aeroporto estar feito e a funcionar há algum tempo, pode sempre ter sido melhor ou pior que outra hipótese. É tudo uma questão de estratégia e, estratégia, como ser definida, de modo muito simplista, como a nossa melhor 'adivinha' num dado momento, devida e convenientemente fundamentada e sedimentada em pareceres e estudos técnicos, mas que ainda assim, tem lá a palavra 'adivinha'. Por mim façam o aerporto onde quiserem, assegurem-se que é viável, que é seguro e que não é danoso em termos de opção financeira e andem mas é com isso de uma vez por todas que todo o turismo que se perde é um 'desastre' nacional. Compreendo as vozes críticas acerca de existirem interesses instalados (relativamente a proprietários de terrenos e afins), mas vozes de 'burro' não chegam ao céu e, para outro lado que o aeroporto vá, existirem sempre os 'grupos' de interesses e de pressão, quer em parcelas 'individuais' quer em grupo. O que não podemos é esagnar face a estes ou outros obstáculos, há que seguir em frente e, se não formos tão bem sucedidos, pelo menos, não fomos completamente 'insucedidos'. Aproveitando uma verídica e oportuna máxima de gestão: 'mais vale uma má decisão que uma não decisão'. Vamos então para a OTA com os aviões, hotéis e passageiros, que sempre estimula o emprego e atenua o flagelo social em que o desemprego se tornou no nosso país.

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