Uma escolha pessoal, muito pessoal... Nem sequer me pareceu bem que estivesse 'a concurso' no meio dos outros. Desvirtua a realidade incluir D. Afonso Henriques neste leque, uma vez que se há hoje um Portugal para viver e Governar, se houve noutras épocas e ao longo da história um Portugal para reinar, para conquistar, para abrir as portas do mundo, foi só porque um dia um miúdo chamado Afonso, detentor de um génio 'torto' mas muito lisonjeiro para todos nós, decidiu 'bater na própria mãe'... Não é propriamente assim, mas...
D. Afonso Henriques perdeu o pai aos 3 anos de idade e foi armado cavaleiro aos 14. D. Teresa , sua mãe, que sempre fora ciosa de guardar o Reino de Portucale das 'investidas espanholas' e administrar o mesmo durante a menoridade de D. Afonso Henriques, deixou-se cativar pelo prestígio e galanteios de um fidalgo espanhol, D. Fernão Peres e os seus interesses e ambições passaram a ter um cariz pessoal. D. Afonso Henriques nunca viu este enamoramento com 'bons olhos' e, tratando de garantir o que era seu por direito, encabeçou o movimento revolucionários com os fiéis fidalgos portugueses para a manutenção da independência. Muitos episódios ocorreram até chegar-mos à mítica data da batalha que opõe D. Afonso Henriques à sua mãe e padrasto, da qual D. Afonso Henriques sai vencedor, como já sabemos. D. Teresa e seu marido são expulsos do reino.
D. Afonso Henrique trava sucessivas batalhas internas e externas, contra diversos inimigos, dos quais Leão talvez seja o mais conhecido. Casou com D. Mafalda, e diz-se que possuía estatura média e porte atlético. Não sabemos bem o que quer isso dizer, tendo em conta o 'padrão' da época, por isso, actualmente, esperasse que a exumação dos restos mortais, do nosso épico D. Afonso Henriques, nos traga novidades. O que é certo é que sem este bravo 'combatente' nada disto, hoje ou ontem, seria ou teria sido, Portugal! Além de conquistar o território, lutando por ele parcela a parcela, tendo lutado em Santarém, Almada, Lisboa, Sintra, Beja, Moura e por aí afora, teve de 'lutar' ainda contra o seu primo D. Afonso VII que não lhe reconhecia a 'realeza' nem o estatuto de Rei, mas como para grandes males grandes remédios, no ano de 1143 D. Afonso Henriques dirigiu-se ao papa Inocêncio II, declarou Portugal tributário da Santa Sé, com o censo anual de 4 onças de ouro, e reclamou para a nova monarquia, em troca, a protecção pontifícia. 0 papa acedeu; o primo não o reconheceu mas também não contestou o seu estatuto de Rei.
Aceito que é estranho um Veneno nada monárquico eleger esta figura mas então, história é história e lá, no passado, existiu talvez o maior português de todos os tempos e, como os tempos mudaram e chegámos à minha tão querida democracia que é como já se disse e sem sombra para dúvidas 'o pior regime que há, há excepção dos outros todos', não me custa nada reconhecer que foi alguém que se tornou monarca um dia... D. Afonso Henriques é evidentemente D. Afonso I, Rei de Portugal. E sabem porque aceito isto tão naturalmente? Porque a monarquia não volta, tal como tantas outras coisas mais.
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