Ainda me lembro das longas marchas e vigílias nas quais muito boa gente participou. Lembro-me de andarmos, um dia, todos vestidos de branco... Tudo por Timor! Eu própria fui uma apoiante da causa timorense e lutei com os meios que tinha, participando nas marchas, vigílias e tudo mais por Timor. Todos tivemos imensa boa vontade mas imaginámos, pelo menos alguns de nós, que não ía ser fácil... Existiriam imensos estrangulamentos, imensas dificuldades para uma nação jovem, com antecedentes de guerrilha armada e muitas convulsões sociais. Cá está! A situação económica é complicada, os problemas sociais e a misérias acumulam-se e a calamidade sai ás ruas. Não basta ter Xanana Gusmão no poder... Quando será que todos vão perceber que com fome ninguém quer ouvir um discurso político? Todos os pressupostos caem por terra facilmente quando se pretende alimentar de 'conversa' quem tem fome e sofre da escassez de bens de sobrevivência essenciais. Ainda assim, dei o meu apoio a esta causa. Sentimento de culpa? Talvez... Nós começámos 'a festa' ao colonizar Timor antes da Indonésia lá chegar depois do nossos 'abandono'! Ele há acasos tristes na história! para que lutar tanto por uma independência quando não se pode sobreviver pelos próprios meios? Que espécie de orgulho é esse que não mata a fome nem sacia as necessidades de um povo? Eu não sei! Nunca pensei proferir tamanhas palavras, sempre achei mais um episódio da ‘selvajaria e da barberie' o subjugo indonésio a Timor Leste...
Há tantas perguntas que se acumulam e acotovelam na nossa mente... Se fosse agora eu ia lá outra vez, manifestar-me neste lado do mundo (Europa) por Timor, pelo direito à autodeterminação dos povos, que tenho por sagrado, mas sinceramente, com menos convicção ainda de que as coisas poderiam 'dar certo'!
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