Foi feita a estimativa (pela Associação Portuguesa de Centros Comerciais) e meus caros amigos e leitores, gastamos cerca de 24€ em cada ida ao shopping! Os Centros Comerciais Portugueses facturam cerca de 5,6% do PIB e muito mais importante que isso dão emprego a 70 mil pessoas directamente e a 205 mil indirectamente.
Sabem o que mais me custa? É que depois de complicação que os pequenos comerciantes levantaram contra as grandes superfícies e terem conseguido que estas, injustamente, fechem ao domingo... Eles não passaram a abrir! É o chamado conceito humilhante e redutor dos pequenos e fracos dos quais não reza a história. Fizerem cair 'o Carmo e a Trindade' para depois ficarem de portas fechadas no dia em que podiam facturar com o descanso dos outros. É que veja-se bem, por cá, no horários desses 'marretas' todos nós nos encontramos a trabalhar e, quando saímos já esses 'marretas' fecharam a porta ou estão de trombas para nós porque está perto da hora de fechar. Eles querem o seu direito ao descanso semanal, não importa quantos postos de trabalho foram sacrificados com tamanha façanha, mas querem obrigar quem não quer a descansar (porque existe trabalho por turnos e em dias alternados). Mas quem foi que lhes pediu alguma coisa? Eu não fui!
A única salvação acaba por ser ou o posto de gasolina que tem uma loja de conveniência com preços de 'morte' para a carteira de qualquer cidadão de nível de vida mediano... Ou a tal grande superfície que felizmente se mantém aberta por mais um bocado. Diz-se que na sociedade perfeita não há necessidade de trabalhar depois da hora porque no seu devido tempo tudo é feito, mas infelizmente estamos longe de tamanha qualidade de vida e, para muitos, é um verdadeiro suplicio para poder comprar as 'falhas' que ficam das compras do fim de semana... Também com o nível de preços a que chegámos, se não fossem as grandes superfícies e os seus preços mais em conta muitos portugueses passariam necessidades. Não são poucas as pessoas que vejo a comprarem produtos de linha branca ou da marca 'da casa'. Muitas vezes quando me dirijo a uma prateleira para retirar um produto, ao meu lado, um outra dona de casa atenta e preocupada chama-me à atenção para o produto sucedâneo que posso adquirir por menos dinheiro e que ela própria já 'testou' a qualidade e o paladar. Fico sempre bastante grata e não poucas vezes cliente do produto.
Há que perceber que o grande mal é também um grande bem. Inevitavelmente não vamos parar a marcha do progresso e, se esse progresso trás emprego para este país que vai de mal a pior, se quisermos pegar na senda do post anterior, veio do topo e desde aí tem sido uma espiral por aí abaixo, só podemos ficar contentes. Bem ou mal, estes monstros do consumo geram muito mais emprego que o comércio local e só por isso são bem vindos. Fala-se já na liberalização dos horários nesta grandes superfícies, por mim... Como entenderem, mas por favor não criem mais desemprego, ainda que eu aceite que a sofrer é que se 'cresce' (até financeiramente), tenho que admitir que todos nós portugueses já estamos a bater com a cabeça no tecto.
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