Depois de muitas explicações relativamente ao meu sentido de voto amanhã, domingo dia 11 de Fevereiro, venho mais uma vez apelar a todos voz que votem SIM à despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez. Por favor pensem em todas as mulheres de quem gostam e que podem ter passado por uma experiência destas ou, podem vir a passar. Será sempre melhor que todas estas coisas decorram debaixo do olhar atendo de um profissional de saúde preparado.
Como já explicitei neste blog, com a despenalização e o acompanhamento acertado, com muita certeza, evitaremos uma boa percentagem destes actos. Não nos deixemos levar pela história do aumento da taxa de IVG depois da despenalização; isto porque, os dados que remontam a antes da despenalização são sempre uma estatística muito por baixo. São calculados com base numa minoria de casos que se acabam por conhecer através dos Hospitais, Centros de Saúde ou denúncia (que é do pior...). Não há sequer um número apróximado ao real e, se o tivessemos de certo que estaríamos a enfrentar um 'flagelo' social e ninguém pensaria duas vezes em legislar a Despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez até às dez semanas de gestação. Temos de parar com estes falsos moralismos. E sobretudo, votar pelo bem da maioria e não pela mão que atira pedra de uns quantos, que não sabendo mais como impor o seu ponto de vista tirano e pretendendo apenas prender mulheres, porque é uma fome e uma sede de maltratar, encarcerar e arrastar na lama a mulher, que move todos estes activcista do não. Mas então não há mulheres entre os activista s do não? Óbviamente que há e, já todos as vimos. Já desmistifiquei o porquê e agora acrescento algum veneno... Sempre ouve mulheres que pela posição social sentiram gosto em menosprezar as demais. É uma espécie de dia de alforria em que podem 'esclavizar' aquelas que lhe são iguais.
Não suporto o sinismo que esta gente do não carrega. Não suporto que digam que é pelo bem da mulher que a querem ver atrás das grades e humilhada. Não suporto que andem por aí a gritar a plenos pulmões que se criminalize mas não se prenda, porque estas pessoas nem o Estado de Direito democrático em que habitam conseguem dignificar. Um Estado de Direito deve fazer aplicar e cumprir as suas leis, se não descredibiliza-se... Se é democrático deve então fazer rumar o sentido da sua decisão para onde cabimente as necessidades da maiora e não de uma meia dúzia de egoístas que para verem o seu desejo satisfeito não se importam de reclamar o poder coercivo da justiça que pertence ao Estado, a seu favor, tal como se vivessemos nos tempos da ditadura outra vez...
Não vamos permitir que voltem os tempos da outra senhora para as mulheres deste país. Não se esqueçam que estas mulheres são as nossas amigas, as vossas filhas, companheiras, esposas, familiares e conhecidas, a quem normalmente se quer bem. Vamos parar com as ilusões. Quando uma mulher está dispposta a morrer na prática de um acto clandestino não há absoluctamente nada mais que lhe possamos oferecer a não ser tudo o que tivermos para lhe dar e isso, meus caros amigos e leitores, é este voto no SIM.
Pensemos também na criança que não é desejada, não é amada como devia, muitas vezes não encontra estabilidade emocinal e familiar, não encontra uma infância e uma adolescência felizes, na maioria dos casos depara-se com a rejeição por parte do pai... Enfim, um sem fim de coisas indesejáveis para qualquer criança. Nenhuma de nós deseja este cenário para trazer uma crinaça nossa ao mundo e não é justo que o desejemos para os demais.
Desculpem-se os moralistas do não mas não podemos dizer que crianças de quatorze e doze anos... Ou dezasseies que seja... Estão preparadas para serem mães, muito menos que estavam ciente das consequências do acto que estavam a particar. Muitas vezes nem aos dezoite nem aos vinte e poucos... Como será que estas pessoas t~em a coragem de afirmar certas coisas que já ouvi. Certamente nasceram com trinta anos, é a ´´unica conclusão a que consigo chegar!
O homem que é parte integrando do acto de concepção nunca é chamado a intervir, muitas vezes nem a assumir as suas responsabilidades, porque há muitos casos de homens que não assumem os filhos e ninguém os obriga... O homem nunca se senta no banco dos reús quando a mulher lá está. Se é a companheira ou a esposa até pode ser que ele vá ao Tribunal, se era apenas mais uma, nem se abala a ir até lá... Porquê? Com que direito se perpetua este acto discriminatório? Muitos homens nem as miseráveis pensões que os Juízes decretam pagam aos filhos, mesmo depois de até terem sido casados com as mães dos mesmos... Isto quando os assumem...
Também quero deixar a minha palavra de apreço ao Padre Costa Pointo, que teve a consciência e a coragem de defender o SIM à despenalização do IVG . Nem que seja pelas seculares culpas que os Padres acumularam ao longo dos séculos engravidando e matando e silenciando com ameaças jovens mulheres que engravidavam e obrigavam a abortar ou a esconder a paternidade... Se o Papa um dia decide pedir perdão a todas as mulheres por isto... Vai passar horas a rezar... Pela eternidade fora...
Vamos lutar pela dignidade de cada mulher e de cada criança posta neste mundo. Vamos votar SIM à Despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez para bem de todas e sobretudo de todas as mulheres deste país. Vamos encarar a realidade submersa numa lei desadequada e que obriga todo os dias mulheres a arriscarem a sua vida, vamos votar SIM à despenalização do IVG .
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