O que ganhámos ontem?
Para muitos de nós, como eu, é óbvio! Ganhámos justiça para todas as mulheres e casais que se verem confrontados com a necessidade de optar entre ter ou não ter um filho (e não são assim tão poucos), pelas mais diversas causas. Por vezes são escolhas difíceis e complicadas que há que fazer e, estou certa que com o acompanhamento médico e todo o restante que pode ser dado se soubermos que alguém pretende interromper voluntariamente uma gravidez e tivermos algo para 'oferecer' para o evitar, estou certa que muitas situações podem ser evitadas e resolvidas. O medo e a Lei que felizmente estamos prestes a alterar só empurravam as mulheres e casais para becos sem saída.
Transformámo-nos num Estado Nação muito mais Humano, preocupado e consciente, ciente dos seus 'dramas' e dos projectos internos a desenvolver para os minorar. Ontem saímos da perspectiva dos 'três macaquinhos': o cego, o surdo e o mudo; que é como quem diz: não vi, não ouvi e mesmo que saiba quem tenha feito não digo. Era tal e qual dizer que 'só sei que nada sei', mas desta vez o povo portugu~es foi sábio e pode-se dizer que 'de entre os que nada sabem, sou dos que mais sei'. Não é fantástico? Não é bom ser parte de uma sociedade norteada pelos conceitos humanistas, defensores da igualdade entre sexos, da liberdade de escolha e do respeito pela mulher? Tenho a certeza que sim.
Transformamo-nos numa nação mais solidária, porque agora podemos estender livremente a mão a todas aquelas mulheres, e a todos aqueles casais, que agora podem livremente solicitar o nosso apoio, o nosso auxílio, a nossa compreensão e a nossa ajuda para um momento tão crítico e tão difícil... Tão de cada um.
Mudámos e para melhor, contrariando o velho ditado que diz que nada muda para melhor... Desta vez os portugueses fizeram história. Já não era sem tempo. estavamos há muito parados no tempo.
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