e também
Eu acho mesmo muito engraçado um protesto de estudantes em plena semana de aulas, com a agravante (porque é sempre grave) que nem do ensino superior são. Não tenho nada contra o direito de cada um se manifestar, mas no caos que vai o ensino em Portugal não seria de descurar a possibilidade de pelo menos nas horas a que são obrigados, os alunos estarem, efectivamente, na sala de aula.
Não concordo com aulas extra e outros 'afinamentos' da desgraça. Já chega aquilo a que os alunos são obrigados; contudo, no tempo em que é 'obrigatório', pelo menos que se conservem na sala de aula a fazer algo de produtivo. Não sei se as tais aulas de substituição são a solução, a mim quer-me parecer que não. Aliás, este modelo já tinha sido 'adoptado e abandonado' há uns 8 ou 9 anos atrás... Talvez fosse bem mais efeciente criar grupos de trabalho dentro da sala, com o tema a desenvolver na área da disciplina cujo professor falta. Os alunos conseguem trabalhar por si, ordeiramente, com atenção e pouca conversa se souberem que o 'fruto' daquelas amenas aulas será avaliado por docentes da disciplina em questão. Isto desenvolvia a responsabilidade e a autonomia dos jovens portugueses. Conseguiriamos, certamente, cidadãos mais responsáveis, com maior consicência cívica e mais autodeterminação. E não me digam que os alunos não são capazes de resolver problemas ou exercícios de matemática, inglês, física, química; etc. entre si ou, mais grave ainda, analisar um texto de português ou responder a perguntas de história.
Está muita coisa mal. Não há impeto empreendedor, não há convicções, há depressão e dependência, mas acreditem meus caros leitores e amigos que estes 'defeitos' se cultivam nas cadeiras da escola. É um cenário triste até dizer que chega! Podemos e devemos fazer alguma coisa em prol da juventude portuguesa. Interessante mesmo é a postura da tais 'Js' nacionais. Estas 'Js' existem para servir as convicções dos quase trintões e não para servir o interesse dos mais jovens. Seria de esperar destas 'Js' as propostas que transformariam a face do que vai mal na educação dos jovens portugueses, mas não... Só vemos estas 'Js' empenhadas nas coisas que não têm própriamente um cunho marcante no futuro de todos, sem excepção. Temáticas como o casamento dos homessexuais e outras brejeirices idênticas ocupam estas 'Js' a tempo inteiro. É uma vergonha. E porquê pergunta-se o caro leitor ou amigo, evidentemente. Fácil, porque as pessoas a quem estas temáticas menos importantes, para o país como um todo, interessam, votam e muitas vezes têm votos com elas... E isso meus amigos, quem tem 'manda'! Claro está que há as excepções. Há núcleos das 'Js' que realmente encaram isto com seriedade e estão dispostos a lutar pelas causas que entendem maiores e, são honestas para consigo próprias. Esas 'parcelas' podem por vezes também não 'pegar' nas causas certas mas, fazem mais do que andar ao som da música que outros tocam.
O mal é geral. A distorção dos meios de intervenção e das realidade é uma verdade preocupante e inconveniente que atravessa toda a sociedade transversal e verticalmente. Será que ainda não chegou a hora de intervir junto deste 'desconcerto do mundo', como diria Camões?
Não acredito que não hajam projectos de voluntariado, actividades civicas e outras que possam ser desenvolvidas paralelamente às aulas e, incentivadas pelas escolas. É da falta dessa actividade comunitária e do isolamento absurdo a que as 'comunidades' locais estão vetadas, causado pelo individualismo cego de cada um, que o país chegou ao que vemos. Não há em portugal um centro de apoio comunitário, há umas associações de voluntariado com calibre duvidoso nas quais depositamos móveis e roupas que nos sobram e, saímos de lá muito mal impressionados. Poucas são as autarquias locais que recebem bens dos que os têm em excesso para redistribuir, por exemplo, pelas famílias que realoja ou, pelas famílias mais carenciadas. Tem explicação? Eu creio que não.
Os jovens são criados no seio do individualismo, no fechar os olhos ao próximo. Muitas vezes ouvimos a célebre frase: 'Não é nada conosco'. Nem os americanos, que tão alegremente acusamos de serem os mais estúpidos que o sol cobre, são assim. Os jovens deveriam ter projectos comunitários locais, deviam participar em acções de voluntariado, em actividades próprias para as idades que atravessam, para compreenderem o valor da palavra CIDADÃO, que é muito maior que a definição que cabe nos dicionários e que a Professora primária ensinou. Existe toda uma componente paralela de ensino não formal (ou informal; entenda-se fora da escola), até de participação nas associações de estudantes, nas tais 'Js' que só têm os parasitas instalados porque os jovens mesmo não se mexem, mas actividades como os escutismo; etc., que são negligenciadas e, tudo isso é importante na formação de um ser humano jovem e capaz. É assim que se aprende a cidadania e a importância, por exemplo, de votar. Temos que mudar esta mentalidade urgentemente.
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