sexta-feira, agosto 17, 2007

Afinal não somos uma nação de abortadeiras

Para sossego dos senhores que já advogavam a extinção da espécie Humana graças à despenalização da interrupção voluntária da gravidez IVG ) até às dez semanas em Portugal, parece que somos mesmo uma nação de parideiras!

300 abortos no primeiros mês... Bem menos do que esperavam, não é? Não me venham com a conversa de que foram menos 300 que nasceram devido à nova lei, acreditem ou não, se calhar foram menos umas quantas mulheres que não morreram ou que não ficaram estéreis! Mas nunca, jámais , seriam mais 300 portugueses. Convençam-se disso.

Pelos vistos somos bem mais responsáveis do que nos julgamos, e bem mais pró bebé. Deve ser a música dos Da Weasel que anda a inspirar a malta toda, de todas as idades (desde que em idade fértil lololololololol ), com o seu uh uh , ah ah, faz faz, bebé".

Se calhar, como nos conheço, o número nem vai crescer muito mais que isto, se é que não baixa, com o fim dos tabus e da penalização da interrupção voluntária da gravidez até às dez semana. Quase que dá vontade de dizer, usando as palavras de alguém que por natureza clubista detesto: "há que encarar isto com tranquilidade". Ao que parece, os advogados no não estavam a fazer uma tempestade num copo de shot , sim, que para ser num copo de água o número de abortos praticados depois da despenalização da IVG teria que ser no mínimo igual, ou superior ao previsto.

Quem é tinha razão? O Veneno! Digam lá agora só os adeptos do não à IVG : quem tinha razão era o Puro Veneno. Nem imaginam o quanto fico feliz com os números divulgados, mas mais que tudo, pelo fim da banalização da mulher, pelo fim da vergonha e da humilhação, pelo bem que que é a despenalização da IVG até às 10 semanas.

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