sexta-feira, agosto 24, 2007

Ensino a Crédito


A filosofia do endividamento começa a ser incutida no espírito do português cada vez mais cedo. Assim sendo, os jovens podem começar a acumular contas até perder de vista, por conta de uma instrução que hão-de obter, e de um grau académico que um dia virão ou não a acumular, sendo que, a factura virá, um dia mais tarde, para pagar.


Empréstimos a 50 anos e outras refinadas formas de endividamento são realidades da vida dos jovens. Começam vida, compram carro, casa, mobília e sei lá eu mais o quê, por conta de um ordenado ridiculamente pequeno, quando comparado com a média europeia, e hipotecado. Este jovens acordam todos os dias das suas vidas para pagar as contas, até aquelas que ficaram pendentes do tempo de "estudos", e mesmo esses podem não dar acesso ao mercado de trabalho, uma vez que, fala-se muito em desemprego e em ganho de competências, mas omite-se cobardemente que a maioria dos jovens desempregados são, no mínimo, licenciados.


Não sei se vale a pena viver assim, não sei se este país merece o povo que tem, mas de uma coisa estou certa, isto é uma espiral de autodestruição. Estes jovens não sonham viajar, o mundo deles resume-se ao google hearth , eles no fundo não sonham nada... Sonham que o ordenado chegue para pagar as contas!


Tenho a impressão que se a minha alternativa fosse o endividamento por conta de um diploma que jamais saberei se poderá vir a pagar-se a ele mesmo, até o ter na mão, preferia então não continuar atrás de pássaros a voar!


Sinto que isto é uma ofensa enorme aos jovens portugueses. Já que gostam tanto dos modelos nórdicos , porque é que não se foram inspirar no modelo Dinamarquês, por exemplo, onde o jovem enquanto estudar e não auferir quaisquer rendimentos vai ficar a receber um "ordenado" para si; qualquer coisa como 400 euros (se é que já não aumentou...).


Isto não é igualdade de oportunidades, é uma hipoteca ao futuro de cada jovem que aceite esta permissa.

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