sexta-feira, agosto 17, 2007

Menezes, o homem do microfone


Depois das inflamadas críticas que li ao espectáculo, chamemos-lhe assim, que a meu ver foi mais um circo, mediático protagonizado por Luís Filipe Menezes, só falta dizer que, tal como o estado da California aguardou Schwazneger, talvez qualquer humilde povoado no Alaska aguarde por Menezes... Quem sabe? ´

Por momentos aguardei ler ou ver qualquer imagem de Menezes a dançar, tal e qual Michael Jackson ou Britney Spears, de microfone preso junto ao rosto e em animados "esquemas de dança" elaborados e concebidos a pensar na audiência e na capacidade de prestação de bailado do candidato à liderança do PSD.

Sabem o que mais me espanta? É que com franqueza, caros leitores e amigos, o dito cujo candidato Menezes deveria estar a ocupar telejornais e páginas da imprensa escrita pelo conteúdo do seu discurso, e quando muito elogiado pelo "débito" inflamado do mesmo... Agora, ser o centro de todas as atenções por andar de um lado para o outro no palco, falar, gesticular, fazer "política" de uma forma que provavelmente foi aprender à terra dos cowboys, numa qualquer formação dispendiosa, que não se encontra ao alcance de todas as carteiras, não me parece o motivo certo.

As páginas escritas e as imagens difundidas deveriam vincar o conteúdo, o que marca a diferença, o rumo pretendido por Menezes, mas não! Ao invés, ocupam-se das "pirosices e das banalidades gingonas" do candidato. Creio que o "florido" que montou não o ajudou assim tanto, limitou-se a ter impacto. É de facto surpreendente e inovador, tal como foi Kennedy, quando enfrentou o seu adversário Nixon, em directo, nas televisões nacionais dos Estados Unidos (que as estaduais são outra coisa... pequena). Kennedy beneficiou do seu ar bronzeado, e da sua movimentação em palco, enquanto Nixon apresentava o seu ar ultrapassado e recuperava de uma cirurgia... Coisas da vida!

A análise da aparição televisiva de Kennedy foi estudada muito mais tarde, mas revelou que há muitas formas de uma apresentação pública dar frutos, mas também, isto só acontece porque regra geral, os nossos políticos são péssimos ou maus oradores. Não há uma preocupação em inflamar plateias, em soar melhor que um seminarista (perdoem-me mas esta é dedicada ao nosso Primeiro Ministro quando discursa), já para não falar no nosso Presidente da República com a sua pronúncia sui generis, e o seu pestanejar constante, que dá a sensação que está permanentemente a ser agredido por ciscos meteóricos nos olhos. Somos realmente um mau exemplo no que toca à oratória. Talvez Sócrates também pudesse ter ido "beber" um pouco de inspiração ao seu homónimo e antepassado (no que concerne á democracia e seus conceitos) Grego.

É verdade que qualquer formador digno desse nome, e não aquela corja cinzenta que vai buscar diplomas (CAP) para dar formação, é capaz de tanto ou mais. Ainda assim, foi interessante que alguém tenho procurado outras formas de captação de votos, com bases dos ancestrais e monótonos métodos monocórdicos, mas evoluindo com os mesmos. Só gostava é que da próxima, dessem mais atenção ao teor e conteúdo, além de evidentemente poderem comentar o Homem e a sua prestação.

Qualquer das formas, para o PSD; qualquer coisa é melhor que "baixo" Mendes! Só me pergunto se vamos poder ver a animada prestação do orador Menezes na televisão móvel e no youtube... Qui ça no My Space...

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