quinta-feira, maio 24, 2007

Feira do Livro

(Jogral/ Trovador da Idade Média, vagueavam de terra em terra a levar as novidades bem como, a contar histórias, numa época em que poucos sabiam ler)

Foram hoje inauguradas as Feiras do Livro de Lisboa e do Porto. É sempre importante que este evento se continue a realizar, para estimular a leitura, divulgar autores e obras, bem como, de certo modo, ajudar às vendas.

Penso que deveria existir uma maior aposta e promoção das obras dos autores nacionais, contemporâneos e não só. Muitas vezes reparamos que as editoras apenas promovem os autores nacionais quando, por exemplo, há disponibilidade da parte do autor para ir "dar" autógrafos e estimular assim as vendas dos livros. Já no que remete para autores estrangeiros encontramos um certame inigualável, nos "cavaletes" das bancas, com promoções e divulgação sem par. Não é justo. Não estou obviamente contra a promoção de autores estrangeiros, isso seria um disparate, não confundir. Sou leitora assídua de variadíssimos autores estrangeiros nos mais diversos géneros literários, só acho que os nossos autores merecem mais um empurrãozinho; senão vejamos, sempre que alguém mediático (dos media ou a colunável) publica alguma que vale a pena as vendas disparam em flecha. Se pensarmos no porquê vemos que é muito simples, porque os nomes são sonantes nas capas e, as fotos confirmão a "suspeita", levando à compra do livro. Sabemos bem que há alguns valores anónimos, de rosto desconhecido e nome singular, que nada desperta ao distraído transeunte da feira do livro, cliente de livraria ou hipermercado, a não ser que exista promoção e uma boa síntese na contra capa. Certamente não serão muitos, os "grandes" contam-se pelos dedos. Há alguns talentos que não chegam à obra prima, outros não encontram o reconhecimento e ainda há aqueles cuja obra prime começa onde o livro acaba (mas tiveram o factor sorte); mas exitem também os bons.

Um livro é um amigo, uma máquina do tempo, uma "alma" gémea ou até, um pedaço de papel que alguem escrever quase de certeza "inspirado na nossa vida". Vale sempre a pena comprar um amigo de papel, que fala conosco, nos embala, nos tira o sono (com a emoção da história), nos leva a criar personagens (que depois no Teatro ou na televisão nos deixam irritados pela distância entre o que imaginámos e o personagem/ actor).

Tento sempre encontrar tempo para percorrer a feira do livro e comprar alguma coisa, e este ano não será a excepção, por isso, caros amigos e leitores, com sorte (ou azar... Depende) ainda se cruzam por lá com o Veneno só que, não vão saber quem é! Maldade, mas está certo, tambem não saberei quem são. Estou só a lançar a suspeita sobre todo e qualquer transeunte que se insira na imagem mental que têm do Veneno; acho que podemos chamar a isto Puro Veneno! Estou muito contente por contar com todos vós, caros leitores e amigos!

p.s. - porque não "recriar" os trovadores da Idade Média, que podem circular ou estar parados no recinto a divulgar pequenos trechos de autores nacionais, que para conhecer "melhor" o ouvinte terá que vestir a pele de leitor e comprar a obra? Quem sabe para o ano?

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