quarta-feira, maio 09, 2007

Pena suspensa para Sargento


Bem podem pensar na comemoração do dia de hoje!


Luís Gomes sai em liberdade, condenado a 3 anos de prisão, com pena suspensa por 5. Ana Filipa já pode dizer que tem o pai em casa; são boas notícias. Muita gente diz que este caso é igual a tantos outros e, a menina deveria ser entregue ao pai biológico. Tendo em conta que o pai biológico nunca quis a menina, até há bem pouco tempo, não me parece que possa chegar agora, bater o pé e solicitar a criança, como quem pode não querer e depois, sabe-se lá porquê, querer... Esta menina é um ser humano, com sentimentos e digna de todo o nosso respeito. Estes pais biológicos não seconseguem perceber que erraram e muito para agora pedirem tanto.
Aceito que, no momento oportuno e adequado, seja revelado à menina quem são os seus pais biológicos, que esta tenha contacto com eles e, se um dia entender, até, optar por ficar com eles. Posso dizer que não sei se esta seria uma opção justa, acho que a entenderia como egoísmo, mas os laços de sangue, apertam tão forte que, por vezes, não nos sabemos deslindar deles. Nao concordo que se entregue a menina aos pais biológicos sem que esta o diga, um dia, por vontade própria e expressa e, muito menos entenderia que a entregassem "sem mais nem menos" a dois perfeitos estranhos, que éo que estes progenitores são para a Esmeralda que, na realidade, se chama Ana Filipa!
Um dia li um interessante livro autobriográfico de uma jovem americana cujo percurso de vida era mais ou menos similar ao de Esmeralda. Tinha dois nomes, dois casais de pais, duas casas e muita barafunda na vida. Entre decisões de Tribunais de família e menores, casas e escolas, cidades e amigos... Ao chegar à maioridade, a conclusão que esta jovem bem sucedida nos estudos e na vida era que, não sabia lá muito bem quem era. Não sou capaz de me recordar do nome do livro, mas sei que o sub título era justamente "I never quite Knew who I Was"; interessante, não?
Quase perdi o fio condutor deste post ms, era para comentar que concordo que o sargento Luís Gomes seja libertado, tal como concordei com a pena suspensa que deram à mãe "adoptiva" da menina. É muito importante, não só para eles, mas também para ela, ter a "família" junto dela, porque quer queiramos ou não, esta e a família dela e a única que conhece, que a quis e que a adoptou; logo, o conceito dela de família é este núcleo duro que hoje se reune novamente e volta a ser o seu porto de abrigo "completo".

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