E lá se cumpriu a tradição. Este fim de semana foi o fim de semana de Fátima, nem sempre assim calha, 12 e 13 de Maio desta vez, foram nos dias de descanso semanais para a maioria dos portugueses. este factor também deve ter ajudado à enchente que muitos presenciaram e a televisão transmitiu, directamente de Fátima para o mundo. Há muito tempo que não se via por lá tanta gente. Os grupos de peregrinos são cada vez mais "fiéis", no duplo sentido da palavra, vão crescendo e vão-se dinamizando. Muitos grupos de peregrinos já contam com "carros de apoio" próprios, para além dos que saem voluntariamente , em auxílio dos peregrinos, pelas estradas fora. É a fé, verdadeira, inabalável, sentida e sempre mais fervilhante em alturas de crise. Ouviam-se vozes de todo o mundo, muitas línguas, muitos peregrinos e, muitos apelos diferentes à Nossa Senhora.
Os Russos vieram até Portugal celebrar a Santa de devoção que adoptaram, desde que um dos segredos revelados foi a conversão do seu país ao cristianismos. Toda a Rússia teve a oportunidade de acompanhar, através da televisão, passo a passo, os festejos dos 90 anos das Aparições. Foi um gesto bonito, sem dúvida. Talvez pelo impacto ali junto dos "vizinhos" alemães ou, pela impressionante moldura Humana multi-cultural, Bento XVI cedeu e disse pretender visitar Fátima, contudo não sabe ainda muito bem quando e como agendará a sua visita. Seria interessante estar por cá nas próximas celebrações do santuário, ainda este ano. Fátima é um "fenómeno" de massas a que uns vêm por fé, outros por "necessidade" e ainda alguns que, já não necessitados, vêm pelo convívio e pela partilha. As relações Humanas já vão tendo algum peso nestas caminhadas.
Confesso que me sinto apavorada quando vejo as pessoas prostradas de joelhos às voltas ao santuário, penso sempre que essa não é a forma de agradar à Nossa Senhora, quando se diz "Façam Penitência", certamente não é no sentido das ceitas de flagelantes nem dos silícios, nem de que toda a existência Humana seja uma penitência; nada disso. Contudo, acabo sempre por aceitar que é uma opção de cada um e respeito evidentemente quem o faz, porque sou incapaz de avaliar o desespero ou a gratidão que levam a tanto (felizmente). Fátima estava "atolada" em carros, não havia lugar para mais ume, a Brigada de Trânsito do GNR, a 12 de Maio ao final do dia viu-se obrigada a pedir que não continuassem a levar viaturas para a cidade que já não comportava nem as que tinha no seu seio; admitindo a necessidade de para o ano se repensar esta situação. Creio que este ano foi especialmente complicado pela coincidência do aniversário das aparições com dois dias de fim de semana. Certamente quase todos nós encontramos alguma coisa para pedir e, sentimo-nos bem em participar de uma manifestação religiosa ao vivo e in loco, talvez porque tenhamos a senção que as nossas "orações" são "mais ouvidas assim"; apesar de no fundo cada um de nós achar que Nossa Senhora ouve a todos da mesma maneira (talvez seja a possibilidade de ver o esforço ou sacrifício reconhecido).
A Procissão das Velas e a do Adeus são talvez os momentos mais altos desta pregrinação, cuja "aventura" se repete anualmente para reincidentes e novatos. A a bertura do novo Santuário será positiva, uma vez que dentro da actual Igreja cabem muito poucas pessoas e, sempre que as condições atmosféricas não são as melhores lá vemos nós centemas de pessoas (não sendo data nenhuma em especial) ao vento e à chuva, tentando superar o desconforto com a fé. Este ano já passou e como já disse, estou certa que alguns políticos da nossa praça se não foram lá, fartaram-se de rezar!
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