Hoje fui ver o famoso filme baseado na obra homónima de Eça de Queirós e Ramalho Ortigão, cuja complexidade se simplifica na tela. Os personagens estão lá, umas vezes melhor outras vezes "menos bem" captados. É um filme interessante, do melhor que por cá se vai fazendo, uns esperavam mais, outros estão satisfeitos pela positiva, como é o caso do Veneno; eu esperava menos. Claro está que há os que saem com a sensação de que se trata de pontas soltas; sei que sim, percebo a intenção, a necessidade de incluir alí tudo o que Eça foi, a grandeza de espírito, o "bon vivant" acima das suas posses, logo, não podendo ser própriamente um "bon vivant", mas antes um apreciador dos "prazeres" da vida que lhe eram possíveis e, um exímio aproveitador das oportunidades que se lhe apresentavam. Sem dúvida espírituoso, fanzino e capaz daquele vislumbre interessante, perspicaz e, todas as demais coisas que a seu respeito já foram ditas. Um homem de "decoro" e um escritor sem "decoro" nenhum; o meu preferido. Acabou por ser muita coisa e muita gente que não conhece medianamente o contexto fica um pouco "à nora" como dizem os jovens que aderiram a este filme e lá foram compondo a sala.
Adorei o filme! Se poderem vão até ao cinema ver; vale a pena e vale bem o bilhete. É um filme português, feito com a "prata da casa", que derivado à "magreza" do volume de trabalho não poderá nunca ser muita prata e, revela o "roda e toca sempre aos mesmos" (também de outra forma ninguém conseguia viver por cá desta profissão); mas as boas notícias é que já se aperfeiçoaram o bastante para fazer a "coisa" bem feitinha. Vamos lá a apoiar a "nossa selecção" e a receber de braços aberto o trabalho destes portugueses que lutam tanto quanto nós, para mostram o que valem e que são realmente bons, neste minusculo pontinho do mundo. Todos ao cinema!
p.s. - já agora, para todas as críticas destrutivas que já li nos diversos sites, pergunto-me se acham também as músicas de muito "mau" filme americano "pimba" para a ocasião não menso "pimba" (claro que podiam ter convidade o Maestro Vitorino de Almeida, mas ninguém é perfeito) e, se criticam a iliuminação nas coisitas que os franceses vão fazendo... Vá lá, tiveram o "decoro" de elogiar a imagem e não destratar os actores. Haja a santa paciência! Enquanto tratar-mos os nossos assim à "bengalada", não vamos lá. Crítica construtiva é diferente de destruir a coisa de uma ponta à outra; vá lá... Disseram que valia a pena; menos mau!
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