A Madeira, além de não ter sequer um anticiclone do qual possamos fazer uso quando o dos Açores se põe a milhas... Ainda anda armada em parideira da nação; só pode!
A senhora deputada madeirense, Rafaela Fernandes, afirmou algo bastante curioso, então não é que aos olhos desta senhora, as mulheres da Ilha da Madeira que decidiam abortar faziam-no, mas fora dalí. Se tivermos em conta a quantidade de "barcos do aborto" lá aportados... Que se saiba nenhum, e a pobreza reinante nalgumas parcelas da ilha, para turista não ver, mais o problema de alcolismo com que algumas zonas menos centrais da Ilha da Madeira se debatem, chegamos à conclusão que todas estas mulheres não saíram da Ilha para abortar (muitas nem condições sociais ou financeiram teriam para tal), elas simplesmente abortaram lá, no clandestinidade e na vergonha. Não há necessidade de reiterar esta degradação dos direitos da mulher, o aborto é legal na República Portuguesa!
Esta senhora deputada está completamente demente... Ou pensa que nenhum turista alguma vez saiu dos "roteiros da agência de viagens", ou dos pomposos hóteis onde alguns de nós tiveram ou têm o privilégio de prenoitar. Cara Rafaela, faça-nos um favor a todas nós mulheres, não nos envergonhe mais... Não lute contra os nossos direitos, mas sim a favor deles. Quebre as amarras e seja autónoma uma vez na vida; pense por si! Lá porque um dia quis abortar e não pode, ou o fez na clandestinidade, ou nunca o teve que fazer e fala por falar... Pare de prejudicar todas as mulheres que não lhe pediram, e tanto ao que sei, nem sequer querem, o seu consentimento para abortar. Elas dormem muito bem sem a sua "benção", cara Rafaela. Deixe a liberdade de escolha a todas as mulheres, não a guarde só para si, isso é indigno de uma democracia, ainda que seja práticamente um ditadura aí pela Madeira, a coisa ainda não deverá ser tão grave assim...
Seja mulher Rafaela, coloque-se ao lado das mulheres e por uma vez na vida pare com o retrocesso, erga-se e faça história! Não seja comezinha, não seja mesquinha, seja grande, seja uma das que libertou as mulheres da vergonha, da cadeia, da falta de cuidados médicos e da degradação do estatuto da mulher. Não queira compactuar com assassinos e não queira ser a parideira da nação, porque se deseja assim tão ardentemente bebés, faça-os e tenha-os... Durante o período fértil pode arcar com o fardo de ter tantos filhos quantos quiser e que tenha a sorte de serem aos quadrigémios de 9 em 9 meeses... Eu quero lá saber! Mas que seja para si, não obrigue ninguém.
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