A nova Lei da IVG, com a respectiva regulamentação, entra em vigor na próxima segunda feira, sendo que se prevê que venha a existir uma vasta rede de Hospitais públicos a dar resposta às necessidades das mulheres, prevendo-se que apenas nove Hospitais não estejam prontos a “arrancar” com a IVG da pedido da mulher até às 10 semanas. De todas as regiões nacionais, apenas o Algarve tem todos os seus Hospitais a dar resposta às solicitações das gestantes que não desejam ser mães, apesar de 50% dos médicos terem declarado objecção de consciência.
Do meu ponto de vista, os médicos podem declarar o que bem entenderem, estou-me “nas tintas” (como se diz na gíria), não são eles que vão carregar uma criança durante nove meses, não são eles que vão dar à luz a dita criança e muito menos são eles que a vão levar para casa, educar, dar de comer, vestir e calçar. Haverá sempre outros profissionais mais humanos e mais éticos que poderão solucionar o grave problema da gravidez indesejada até às 10 semanas.
Os falsos moralismos abundam nesta sociedade. Os médicos deviam ser objectores de consciência ao erro médico, à falta de bons cuidados médicos, aos preços da medicina particular e não à IVG! Acho que estes profissionais que muitas vezes se assemelham a “Deuses de bata branca”, quando deles mais necessitamos, andam preocupados com as “coisas” erradas. Ninguém lhes vai pedir uma avaliação do pedido de IVG, desde que este se encontre em conformidade com a Lei e, caso estes louváveis profissionais ainda não se tenham dado conta, os médicos espanhóis andam aí…
Não tenhamos dúvidas que qualquer serviço de saúde que de resposta a gestantes e possa efectivamente realizar interrupções voluntárias da gravidez até às 10 semanas de gestação a pedido da mulher, vai preferir contratar profissionais que não sejam objectores de consciência. Gente da “turma do só para contrariar” este país já tem que chegue; não estamos a precisar dos médicos também!
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