sábado, julho 07, 2007

Flexisegurança outra vez



(realidade portuguesa)


Ninguém quer a Flexisegurança, ninguém vê como é que isso pode ser bom para os trabalhadores e muito mais grave que isso, acredito que a grande maioria nem perceba de onde surgiu esta ideia, no que é que se baseia e como poderá ser implementada na prática. Posso assegurar que é uma coisa fantástica e que funciona realmente mas nunca vi tal “formato” aplicado a uma realidade laboral igual à nossa.
No norte da Europa, na Dinamarca (tomando por exemplo o país modelo no nosso Primeiro Ministro) mais de 70% da população muda de emprego a cada ano e meio e sei que é mesmo assim. As pessoas não estão dispostas a fazer o mesmo a vida toda, “embrutece” dizem elas; já cá em Portugal não é bem assim… Fomentamos a estagnação, a especialização ao ponto máximo (mas não Académica) numa mesma função de trabalho, criando profissionais altamente eficientes e exigentes consigo próprios mas que, tal como um “objecto” que concebido para uma função, grosso modo e sem querer ofender, como um copo, pelo qual só se bebem líquidos, independentemente de que líquido seja… Ninguém estrela ovos num copo, certo? Depois dizemos que há falta de optimização, de boas soluções, de autonomia e iniciativa, de profissionais flexíveis… Só pode, nós é que fomentamos o erro. Pelo norte da Europa os currículos são diversificados, apesar de terem um fio condutor, uma génese à qual “reportam”, os profissionais têm diferentes experiências, ganham maiores conhecimentos e revelam maior capacidade em contexto de trabalho; sobretudo para a resolução de problema e para ultrapassar obstáculos inesperados, por isso mesmo têm mais poder de decisão, maior influência sobre local e horário de trabalho, bem como, são mais eficientes porque a cada passo há sempre um ganho.Enquanto não mudarmos isto e enquanto alguém ouvir como eu ouvi que pessoas que tinham evoluído no norte da Europa uma ferramenta de trabalho eram uns “loucos” que tinham ignorado os ensinamentos dos criadores da mesma. Mas asseguro-vos que “matei” a charada logo ali; virei-me para a “pretensiosa executiva” e disse-lhe que para mim o mundo era um todo composto de “parcelas” em evolução e as que já não evoluíam não me interessavam… Expliquei-lhe que quando se faz alguma coisa sempre da mesma forma só porque corre bem estamos estagnados e brevemente entraremos em retrocesso… Máximas de gestão que a deixaram “enfiada” na cadeira junto aos superiores… Coisas da vida! Isto porque insisto em viver a mudar de emprego para atingir o nível de eficácia e concretização que desejo; mesmo cá em Portugal.

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