(Portela anos 60)
A questão da OTA está por aí para ficar e uma coisa é certa, Mário Lino conseguiu alterar o inalterável. Nada como um mau momento para que se possa dizer acerca de alguém tudo aquilo que temos vindo a dizer de Mário Lino e, com convicção, sem qualquer remorso ou sentimento de má vontade. O tipo mereceu tudo o que ouviu e merece mais ainda, ou pensará ele que os camelos por aqui são "bonecos telecomandados"? Não senhor, são de carne e osso, com duas bossas e muito muito pelo (como o Areias, o camelo da canção).
Recentemente surgiu a polémica do estudo entregue ao Presidente da República no mesmo dia e na mesma hora que se debatia no parlamento esta questão, com Mário Lino presente. Quer-se saber quem são os "benfeitores" que pagaram por este estudo... Porque o fizeram? O que é que têm a ganhar com isso? Se sempre foi o "badalado" grupo de empresários que mais dia menos dia fica conhecido por S.A . (Sociedade Anónima), já que não quer divulgar a sua identidade, duvido que tenha sido apenas mera "cortesia" e um bonito contributo para a resolução do impasse nacional. Mas também poderia ter sido um grupo de estudantes altruístas a terminarem uma licenciatura, usando o estudo como relatório final... Noutro qualquer país como os E.U.A seria prática comum; cá e que não. Não precisamos também começar a encontrar todos os obstáculos e mais um à veracidade deste estudo ou à viabilidade de uma nova localização para o aeroporto. Até agora o grande mal era a opção ser a OTA ou a OTA; agora parece ser haver mais por onde escolher que a OTA! Diria eu que não estamos a ser minimamente razoáveis. Não precisamos reclamar saber quem é o santo, poderiamos ficar contentes com o milagre. Se o estudo for questionável ou tiver lacunas estou certa que sairam à luz do dia mais depressa que um Fórmula 1a dar uma volta a uma pista. Não há o que temer; e depois, um estudo de viabilidade não é assim uma complicação tão grande, mesmo tendo em conta a complexidade de um aeroporto, que ninguém seja capaz de fazer em menos de um ano!
Estava convicta que o âmbito, duração, objectivos e o que "queremos" de um aeroporto já eram pontos assentes, mas caí das nuvens ao saber que não! Talvez seja mais importante saber primeiro o que se quer ter e fazer, e depois, com esse "pano de fundo" decidir onde é que vamos "colocar" o novo espaço aeroportuário; que bem vistas as coisas, deveria ser o último dos nossos problemas neste momento. Creio que é mais fácil perceber uma localização depois de saber o que há ou não a construir, mediante o que se pretende servir, quanto tempo vai durar, quais os custos acima dos quais não conpensaria tendo em vista a duração ou a capacidade e possibilidade de ampliação do espaço e da infraestruturo; efim... Um sem número de coisas!
Uma das maiores lições que me deram na vida laboral foi uma colega que guardo com muito carinho no meu coração, com quem costumava brincar e dizer: - "quando for grande quero ser como tu", e quero mesmo, foi uma coisa imensamente simples, que vos vou "contar" sumáriamente: precisava ter uma parte de um trabalho pronto e informatizado e na dúvida perguntei-lhe como é que ela achava que eu o pederia fazer. Ela olhou para mim, pensou e disse-me que poderia ver isso comigo, mas entretanto perguntou-me o que é que eu o queria ou tencionava fazer. Não tive resposta. Lembro-me de a ver rir e dizer-me que enquanto eu não conseguisse desenhar num papel aquilo que queria ela não me poderia ajudar, mesmo compreendendo pelas minhas palavras que eu tinha alguma coisa na "ideia". Foi a lição de vida que mais me ajudou, até hoje. Fico feliz de a partilhar com todos vós, e espero que um dia vos possa vir a ser útil e digam que o Veneno afinal é uma "substância" sã! Isto tudo para dizer que era justamente por aí que o Governo deveria começar: por numa folha de papel (que pode ser um visor de um computador) o que quer fazer e depois perceber onde é que poderá alojar esta estrutura da melhor forma possível, medindo as condicionantes, as relações causa/ efeito e custo/ benefício, não esquecendo que a localização do principal aeroporto do país é do interesse de todos os portugueses.
Eu, pessoalmente, sou a favor do aeroporto na margem sul, a ver se finalmente combatemos a desertificação e, aparecem escolas, pessoas, Hospitais... Faz bastante falta ao desenvolvimento de um país conseguir habitar uma parte do seu território que segundo o Ministro das Obras públicas é um deserto. Entretanto pode ser que a questão das pontes dinamitáveis seja resolvida de vez e, todos os drumedários e camelos passem a ter bons acessos a Lisboa, evitando as intermináveis filas que todos os dias têm que enfrentar para chegar ao local de trabalho.
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