sábado, junho 23, 2007

Pós Graduados e Cavaco na América

O título soa tão surreal como o conteúdo do post e como as palavras do Exmo. Sr. Doutor Presidente da República Aníbal Cavaco Silva. Custa-me a crer que alguém com tanta instrução e de quem o país deve esperar tudo e mais alguma coisa de maior tenha convidado para seus comensais pós graduados portugueses ou de ascendência portuguesa (até aqui tudo bem) e lhes tenha dito para, e passo a citar: -“vir trabalhar para Portugal”. Sr. Presidente, deixe-me “pintar-lhe” aqui o “cenário” da realidade portuguesa: os licenciados e pós graduados, bem como até mestres (para não falar dos Doutores do Instituto Superior Técnico (IST) que não arranjar emprego e querem ir fazer de conta que percebem alguma coisa de gestão para as faculdades dessa área… Felizmente não conseguiram ainda) não têm emprego cá. Não falo de maus alunos, falo de alunos com boas médias, da Universidade Técnica de Lisboa (entre outras) e de áreas como Engenharia, Economia, Gestão (e por aí a fora…), alguns com brilhantes percursos profissionais dentro e fora do país (Estados Unidos, países nórdicos (Europa)), chegam cá e encontram todas as portas fechadas. Ninguém lhes dá emprego! Uns porque não têm factor C, outros porque têm muita experiência e devem saber “a potes” acerca de temáticas em voga e fariam concorrência aos já empregados, ainda há os que simplesmente são postos de lado porque se pensa que vão pedir balúrdios dado a experiência que apresentam nos currículos…

Se duvidar Sr. Presidente eu disponho-me pessoalmente para lhe apresentar vários casos de sucesso internacional e insucesso nacional. Pode ser que assim perceba o quanto ofende todos estes jovens quando anda por aí a fazer convites. Pense primeiro nos jovens que tem por cá Sr. Presidente, olhe que são tão bons ou melhores que os luso descendentes americanos!

Já agora a questão salarial… Não queria tocar neste ponto, mas… E como pensaria reter esses pós graduados luso descendentes? Sim, suponha que eles “aterravam” cá e iam à procura de um emprego. Muitos regressavam porque não encontravam nenhum, mas os que ficassem não ficavam mais de um mês, porque os ordenados por cá são uma vergonha tão grande, que até o rato Mickey ganha mais nas quadrículas de papel!

p.s. – Digam-me que isto não aconteceu! Só mesmo num país a brincar…

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