(Será que tambem vão querer questionar o uso da pílula? Está tudo maluco...)
Desculpem lá o título deste post , que até pode parecer outra coisa, mas depois das recomendações do Presidente da República, que achava por bem que se mostrasse à mulher que vai abortar uma ecografia, antes do aborto, eu só posso dizer que Portugal, até ao dia em que essa recomendação foi tornada pública, sempre foi um país que me encheu de orgulho por não ter quaisquer práticas de tortura... Felizmente a Comissão Reguladora da Lei do Aborto, quando entregou o Diploma a ser publicado em Diário da República durante a próxima semana, até quinta feira, teve o bom senso de não incluir este disparate! Só poderia vir da cabeça de um homem e perdoem-me a expressão, perturbado. Ninguém no seu juízo perfeito faria ma coisa dessas a uma mulher, num pais deste, cada dia mais terceiro mundista . Não vamos continuar a tapar o sol com a peneira . Por vezes pergunto-me se por caso dependesse do Presidente da República, continuaríamos a ter a pílula nas farmácias? Chego a temer que não! Talvez o Exmo. Sr. Doutor Presidente achasse boa ideia aplicar a pena capital para toda e qualquer que abortasse. Nesse caso o melhor é aplicar a todos os homens que destratem , magoem ou matem uma mulher em idade fértil a mesma pena, já que "danificam" uma potencial parideira.
Cavaco Silva vive na lua, mas não é o único. Muito boa gente e não falo de jovens apenas, pensa que só não tem filhos quem não quer e que ninguém com um "canudo" na mão recebe menos que 1000 e tantos euros por mês... Quem nos dera! Muitas mulheres não recorrem ao aborto por uma questão de egoísmo próprio ou por serem comezinhas, há muitas razões e nalguns casos, abortar é um acto de amor, por mais que isto nos soe à contrário senso. Se muitos de nós nos encontrássemos na pele destas mulheres, infelizmente, chegaríamos a esta conclusão. Muitas vezes, quando há condições materiais, a questão é automaticamente arrumada mas nem sempre. Há quem considere que não vale a pena ter um filho apenas pelo "amor das coisas materiais" que se lhe pode comprar. Há quem entenda que ter um pai, que ter uma família que ame essa criança, que ter um ambiente apropriado ou um lar, são condições de vida essencial . Muitas vezes estes "ideias" não duram para sempre, bem sabemos, mas pelo menos a intenção e o começo são "bons".
p.s. - Se calhar o país deveria ficar feliz pelo facto do Sr. Presidente não obrigar a mulher que opte pela prática da interrupção voluntária da garvidez até às dez semanas a visionar o acto filmado e transmitido, em tempo real, num ecrã plano para onde a dita consiga olhar e, com os cumprimentos da Presidência da República, poderiam também gravar em dvd e oferecer uma cópia à "criatura" que abortou!
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