terça-feira, junho 19, 2007

Problemas com o Exame Nacional de Matemática



Parece que temos um não problema com o exame nacional de matemática a ser transformado num problema. Então não é que alguém se lembrou de contestar a hora do exame? Vá lá… Não contestarem o local já é uma sorte! Bem podiam querer que o exame se realizasse em casa ou num centro de explicações. Qualquer das maneiras será bom que todos os alunos que tenham algum problema com as 11:15 para inicia de qualquer exame comecem a desistir da ideia da faculdade, é que por lá, até ao meio-dia e meia é boa hora para começar um exame ( e estão a meses disso)!
Não há nada que me tire mais do sério que as falsas questões. Há horários que colocam o almoço dos alunos às 13:30 e nunca foram proibidos por lei, que eu saiba. Para mim, pessoalmente, cujo cérebro engrena a todo o vapor por volta das 10:30, não haveria melhor hora, mas infelizmente no meu tempo ou nos torturavam logo às 9 ou 9:30 da manhã ou então era depois do almoço, para ver se o “João Pestana” chegava durante o exame nacional (e garanto-vos que chegou a alguns colegas)!
Não me parece grave terminar às 14 horas o exame. Ter mais meia hora que o normal não me espanta nada, afinal pode ser que com mais tempo as médias subam e, de preferência, mais que ligeiramente. Cada vez os exames são mais fáceis, mas isso até nem mereceria comentário, afinal os exames não “andam aí” para dar cabo da vida a ninguém; o problema é que cada vez os alunos sabem menos e as questões que lhes são colocados nos exames nacionais de conclusão do secundário, no meu tempo, nem no décimo ano teriam lugar. Alguma coisa está errada. Creio que é esta mentalidade que leva até à Universidade “ovelhas” e não “pastores”. Os alunos não pensam por si, não têm iniciativa e mais ainda, não adquirem alguns dos conhecimentos exigíveis para alguém que ingressa num grau de ensino denominado por superior.
Não poderemos adoptar o célebre “modelo de debate americano” que tanto tem granjeados adeptos pelo mundo fora (e que não é mais que o aluno preparar as matérias por si e ir à aula debate-las; não propriamente em”mesa redonda” mas com algum rigor científico), uma vez que permite inclusive ao aluno ter “pontos de vista” discordantes dos do docente e admitidos desde que, lá está, convenientemente fundamentados, sem que isso lhe traga quaisquer represálias. Se por acaso a perspectiva do aluno for passível de ser desmontada, os colegas e o próprio docente prestaram o apoio necessário a que o aluno supere o seu “erro”, sem que isso seja sequer motivo para apontar o dedo. Mas em Portugal isso é impensável; aqui a verdade inabalável está na “sebenta” do Senhor Professor. Por cá, os Exmos. Senhores Doutores de cátedra, que nunca trabalharam na vida, apenas leccionaram, dão “lições” de vida e ensinam o que se deve fazer, com base em teoria, no local de trabalho; creio mesmo que é por isto que o nosso ensino se encontra tão desenquadrado das reais necessidades laborais do país. Este último problema é que não tem solução à vista, pois cada vez se exige que o Catedrático ou o Mestre (já deixando de fora os Licenciados) se dediquem exclusivamente ao papel de docentes. Isto não pode dar bom resultado.
Não vamos cair na banalidade total. Muitos alunos nem conseguem comer antes do exame, quanto mais durante… Nem um copo de leite com um pão, quanto mais um prato de cereais ou um almoço! Quanto aos que brincam e dizem que levam as bebidas ou a toalha para o “banquete” parece-me que estão a encontrar o espírito necessário; afinal quem é que vai fazer questão por cerca de duas horas que no final abrem as portas da Faculdade? Até vai ser giro olhar para trás e dizer que foi a melhor hora de almoço de sempre, afinal, sem ela não se chegaria mais longe.

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